negro chão...

terras negras empobrecidas,
estéreis que não dão pão,
deixam as gentes vencidas,
e a Deus pedem perdão,


são promessas prometidas,
a quem lhes der uma mão,
fizer brotar das terras denegridas, 
mais um punhado de pão,


bocas famintas que vagueiam,
pelo pó negro do chão,
anseiam pela cor da vida,
no meio da negridão,

e tu que sentes?

Na calma e na sombra,
na escuridão de um olhar,
escondes à tua alma,
a vontade de amar,


Perdeste o caminho,
e não sabendo se queres voltar,
respondes com um sorriso,
e tu sabes o que é amar?,


E se a resposta for correcta,
que vais tu responder?,
a essa alma inquieta,
que ainda não sabe o que é sofrer,


Aprende com o sofrimento,
e um dia poderás dizer,
quem ama, sabe certamente
que amar é sofrer.