Eu não mando na barriga de ninguém…

Eu sei que posso não ser a pessoa mais indicada, a mais culta ou versada, para ter uma opinião sobre tão melindroso assunto ABORTO!

Mas não quis de deixar de expressar aqui o que penso e a minha revolta.

São referendos para a frente, referendos para trás, desculpem-me, mas para mim não isto tudo não passa de uma palhaçada. Mas porquê a razão do referendo? Alguém me pode explicar! Não seria esse dinheiro, que se irá gastar em mais um referendo, melhor empregue em lares ou outras causas sociais? Ora, convenhamos, se ganha o não, fica tudo na mesma, se ganha o sim, certamente a Lei vai mudar! Mas não continuam as pessoas contra com a mesma opinião? Ou vão mudar? Penso que não! Se vai haver sempre contra e a favor, porque tem de ser a maioria a decidir esse direito, que para mim nunca se deveria por em questão! Mas então só porque alguém acha errado, e sei lá mais o que! Vamos obrigar uma mãe a ter um filho; um filho que não pode criar, que não quer e que não desejou, (eu sei que há maneiras de evitar, mas isso também é pecado, para alguns defensores do não, em que ficamos?), que a partida vai ter uma infância muito longe dos padrões normais e aceitáveis.

Não me venham com falsos moralismos ou frases ditas do tipo “todos tem direito a vida” sim é verdade mas a uma vida de qualidade! “Onde se cria um criam-se dois”, pois nos dias de hoje só se for de com alguma fórmula milagrosa!

Irritam-me profundamente esses tititos e titias a tentar impor a sua vontade. Mas será que essas pessoas são cegas, e não vêem pelas ruas crianças abandonadas, orfanatos cheios (não o posso afirmar, mas certamente suas mães se tivessem tido liberdade de escolha não as tinham trazido ao mundo para sofrer)… sei que algumas delas poderão ser um dia alguém na vida, mas a que preço, e a infância perdida, e as sequelas, isso não importa…

Eu sei o que e um amor de mãe e de pai, eu sei o que é ter sido desejado, eu sei o que é viver numa casa, não era rica, mas nunca faltou o pão mesa. Felizmente sei!

Será, que não temos todos esse direito, de ter uma infância feliz. Porque insistem a querer obrigar pais a ter filhos que não podem e não querem ter! Isto para não falar nos abortos clandestinos, nas idas a Espanha, etc..
*
Eu sei que talvez esteja a abordar o assunto de uma maneira superficial e talvez insensível perante um assunto tão delicado! Mas é o que penso! E só no dia em que me garantirem, que a criança que vai nascer, vai ter de algum modo “direito” de viver uma infância feliz, que não vai ser obrigada a mendigar, que não vai ser posta de lado nesta sociedade de consumo, ai talvez não me revolte tanto, porque, não vou mudar de opinião.

13 comentários:

Ri disse...

Sempre se fizeram abortos e sempre se irão fazer neste país, quer seja aprovado pela Lei ou não. O problema é que as mulheres que os fazem clandestinamente e sem condições correm o risco de aparecerem mortas á porta de um Hospital, ou ficarem com mazelas para o resto da vida e ainda terem que responder em tribunal por isso! Ao ser aprovada a Lei iria prevenir estas coisas acontecerem, ia dar condições a essas mulheres. Porque se isto continuar assim, na minha terra vai continuar a dizer-se: “Quem tem dinheiro vai a Espanha, quem não tem sujeita-se…”

Anónimo disse...

Concordo plenamente...
Para quê gastar dinheiro em referendos se podemos simplesmente mudar a lei e pronto?
É um querer “lavar daí as mãos” relativamente a um assunto polémico...
Ganhem coragem senhores políticos!!

Dark Night Walker disse...

Concordo plenamente com o que dizes sobre o aborto. As pessoas que respondem a um referendo não vão mudar de ideias ao fazerem um novo referendo e, se realmente mudaram de ideias, foi porque foram influenciados por outros. É, como a princesadesalento diz "um querer lavar daí as mãos"!
Quanto ao aborto em si, sou a favor do sim! Conheci uma mulher (não muito pessoalmente, mas via e ouvi a sua história pela minha avó) que vivia praticamente na miséria e tinha 10 filhos! Vivam todos miseravelmente!

Quem argumenta que "todos têm direito à vida" não têm, concerteza, a noção do que é a vida de algumas pessoas; tiveram muito pouco contacto com pessoas de outras classes sociais e, portanto, pensam que todos vivem no "país das maravilhas" e que isto é tudo muito bonito e simples - mas não o é.
Custa, sim, que as pessoas não vejam como as crianças abandonadas, orfãs ou simplesmente desprezadas. Ser insensível não é ser a favor do aborto; ser insensível é ser contra o aborto e preferir que as crianças sofram daquela maneira, já para não falar das mães que fazem abortos clandestinos e que, as que não morrem, ficam muito danificadas física e psicologicamente (sim, a dor pode levar à "maluquice").

Enfim, isto há-de mudar qualquer dia. Espero bem que sim...

Abraços

Luís disse...

Eu concordo com a manutenção da lei actual. A mudança não terá que ser legislativa mas sim institucional uma vez que passa pela criação e de meios e estruturas de acolhimento das crianças "indesejadas", bem como do seu encaminhamento para pessoas que desejam adoptar (o actual sistema é demasiado lento e burocrático impedindo muitos casais que desejariam ter um filho de dar o amor e carinho de que falas a quem não teve a sorte de ter uma mãe e um pai que o quisesse ou pudesse criar.

Mas como tu bem referiste no início do teu texto: é um assunto melindroso.

Ivo disse...

Os Abortos, garanto-te, são actualmente realizados!!! São e sempre foram!! Legalizados, seriam somente uma forma de conceder «um melhor e mais condigno» apoio a quem se submete, até agora a ele de forma ilegal e sem as melhores condições!!

Como diz a ri... e tendo eu morado muitos anos, junto de Espanha.... Na realidade, quem pode vai alí à nossa vizinha espanha!!

Espero pela Despenalização.... legalização!! Se só lá vamos com referendo, que seja!! Mas que lá xeguemos!! Quanto mais não seja pelos direitos mínimos das mulheres....

Unknown disse...

Meu amigo é assim este lindo país!!So quem tem dinheiro é que tem direito ao aborto em magnificas clinicas espanholas!!Eu voto sim mas nâo sou a favor!Percebes?!

Yashmeen disse...

Eu sou mãe. Tens razão. E levaste-me a contar a minha história no meu blog.
Via lá ler. beijos.

Luna disse...

Na verdade tocaste em um ponto muito melindroso, porque é de uma futura vida que se trata, e saber de que forma essa vida vai ser acarinhada, protegida, amada.
Eu pessoalmente, não o faria, porque sinto que é um ser desde o inicio, no entanto, penso que cada pessoa deve de decidir o que vai ser melhor para essa criança, e se for, dor, odio. solidão, maus tratos, enfim se não existir forma de poder a vir ser feliz, com que direito se obriga alguem a vir a sofrer tanto.
Beijos

Anónimo disse...

Não percebo este referendo.
Se existe uma maioria de Deputados que estão a favor da DESPENALIZAÇÃO DA INTERUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ (PS, PCP, BE), não seria lógico os mesmos votarem a lei e resolver a questão de uma vez!?

Mas não! O Partido Socialista, que se diz defensor da despenalização, preferiu aprovar o referendo e chumbar uma lei que defendia a mesma! Não se percebe esta atitude!

Assim sendo, e voltando ao referendo, a questão a ser posta será similar ao do referendo passado e haverá novamente duas respostas possíveis o “SIM” e o “NÃO”.

Ao votar “NÃO” estarão a contribuir para a continuação do aborto clandestino e do seu negócio, estarão a chamar assassinas às cerca de 190 mil mulheres que como último recurso recorrem ao aborto clandestino, estarão ao lado da hipocrisia, estarão a fechar os olhos e a acobardarem-se perante este problema social.

Ao votar “SIM”, estarão a lutar pela saúde, pela vida e pela dignidade das mulheres, estarão a lutar contra a hipocrisia, estarão a respeitar o direito e a liberdade de optar e sobretudo estarão a ser tolerantes.

O que se vai referendar não é a vida, como alguns virão à praça pública defender de formas sensacionalistas e utilizando argumentos demagogos, hipócritas e falsos.
Vai referendar-se uma lei que despenaliza a interrupção voluntária da gravidez, nas primeiras 10 semanas, por opção da mulher, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.

Quanto aos defensores do não surgem-me algumas questões que gostaria de ver respondidas:
- Será que aqueles que defendem o “NÃO”, não sabem que nenhum método contraceptivo é 100 % eficaz?
- Será que aqueles que defendem o “NÃO”, não sabem que o aborto clandestino existe?
- Será que aqueles que defendem o “NÃO”, não sabem que o aborto clandestino é a 2ª causa de morte materna e a 1ª de infertilidade das mulheres?
- Aqueles que defendem o “NÃO”, e que nunca defenderam o planeamento familiar nem a educação sexual porque é que só o fazem agora?

Não sejamos hipócritas, preocupemo-nos com os zézinhos que sofrem hoje em dia os reflexos de uma sociedade intolerante, egoísta e hipócrita!

SIM, pela saúde mas mulheres!!!
SIM, por uma maternidade e paternidade conscientes!!!
SIM, pelo planeamento familiar e pela educação sexual!!!

SIM,
PELA DESPENALIZAÇÃO DA INTERUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ!!!

Anónimo disse...

Espero que a minha opinião não choque ninguém. Na verdade, acho que, é preferivel abortar que gerar um ser para sofrer, seja por razões económicas, ou sociais.No entanto sou contra o referendo. Já houve um, estão lembrados?O Tuga já teve a sua possibilidade de falar. E o que fez? bom tomou uma decisão. Se boa ou má, terá de a aceitar. Muito honestamente, existem actualmente métodos anticoncepcionais ao dispor de todos. Ainda assim, e dando o benefício da dúvida quanto a este tema, acho honestamente, que um aborto não deverá ser feito de ânimo leve, sim dar uma assistência profissional à mulher, dar-lhe oportunidade de gerar uma outra criança, não. Esta é a minha opinião. Não acredito que hoje em dia, principalmente no litoral do país haja deconhecimento que sem protecção pode nascer uma criança.Sejamos realistas quem aborta por irresponsabilidade que legitimidade tem de abortar? É uma criança, e se for desejada, há sacrificios que se fazem. Abortar por abortar lamento não concordo. Concordo nos trâmites que a lei despenaliza. Não acho que a igreja tenha que opinar sobre o tema, pois não é ela contra o preservativo? e depois, não será ela que irá acolher a familia necessitada. por isso Srs bispos, o melhor eram manterem-se calados.

Yashmeen disse...

Eu acho graça a alguns argumentos. "eu não o faria", "eu sou contra", "o povo já disse não"... somos todos muito moralistas quando temos dinheiro para ir a Espanha (COMO EU, que não ia ter um filho com mal-formações só porque a lei portuguesq quer), quando não é o nosso corpo (porque somos homens) ou quando nunca tivemos que passar por isso (felizmente) ou quando não são as nossas amigas, irmãs, namoradas ou mães que se esvaem de sangue num vão de escada para irem morrer num hospital qualquer, tratadas abaixo de cão...
País de gente hipócrita, este...

Anónimo disse...

Eu sou a favor da liberalização do aborto. Creio que a despenalização do aborto, não vai obrigar quem não queira a praticar aborto, não é ? Então, porque não ser justos e deixar as pessoas decidirem por cabeça própria?
Se formos olhar a moralismos, não devemos tão pouco usar métodos contraceptivos, então, ao invés de criarmos um, criamos 12 … Está na hora das mentalidades mudarem , para bem de todos nós.
Beijito.

Anónimo disse...

yashmeen, a lei não penaliza abortos por mal formação congénita, nem por violações. E sim tive um caso próximo.